VIVA A CAPITAL NACIONAL DA CULTURA 2005!

No passado dia 30 de Abril foi a abertura da iniciativa FARO CAPITAL NACIONAL DA CULTURA 2005. Um evento que apesar de vários obstáculos e contratempos, conseguiu finalmente, tornar-se realidade. A festa começou pelas 16:30, com a participação de mais de 100 artistas que actuaram nas ruas da Baixa da Cidade, e na Cidade Velha. Grupos folclóricos, contadores de histórias infantis, pinturas ao vivo, espectáculo de fogo, The Good Time Jazz Band (uma banda da Associação Filarmónica de Faro), cómicos franceses, flamenco, Coral Ossónoba, o músico israelita Raz, o grupo Al Driça, Funkharmónica, biodança, foram apenas algumas atracções do vasto rol de intervenções artísticas e culturais na inauguração deste evento. Houve também um Concerto pela Orquestra do Algarve com a participação da solista Ana Bela Chaves, no Grande Auditório da Universidade do Algarve (campusde Gambelas), e à noite no Teatro Lethes a exibição do documentário "Conversas com Glicínia".
A FCNC '05 poderá trazer muitos benefícios à Cidade e ao Concelho de Faro e à Região do Algarve. Poderá ser uma forma eficaz de reafirmar a importância de Faro como Capital do Algarve, e o reconhecimento do seu papel, em todas as vertentes, a nível regional e nacional.
Esta iniciativa é também útil no que se refere ao reconhecimento de Faro como um dos maiores berços da cultura nacional. Fonte de inspiração de poetas e escritores, palco de conspirações revolucionárias e expressões artísticas, Faro surge em míticas obras e trabalhos literários, entre eles as "Cantigas de Santa Maria" de Afonso X "O Sábio", que faz referência a uma das lendas da cidade. Também alguns nomes sonantes da cultura portuguesa são farenses, entre os quais: o poeta António Ramos Rosa (a Biblioteca Municipal de Faro tem o nome deste poeta em sua homenagem), Maria Veleda (exemplar femenista revolucionária republicana, escreveu várias obras literárias, inclusive obras infantis, e ainda obras teatrais), o maestro Armando Tavares Belo, e a pintora contemporânea Luzia Lage.
Faro é também considerada "Capital da Poesia" decorrendo em 2001 a iniciativa "Faro, Capital dos Poetas e da Poesia" com vários recitais de poesia e outros eventos ligados a este género literário.
Como a própria História confirma, Faro merece, sem dúvida, o estatuto de Capital da Cultura. Do meu ponto de vista, acredito que, se houver boa coordenação e cooperação entre todos so responsáveis, este evento poderá atingir todos os objectivos a que se propõem e superar as expectativas. Porém, não se deverá esquecer que este evento não deverá ser apenas principalmente direccionado para os visitantes e turistas, e sim considerar também os que "cá nasceram e os que cá vivem". Os filhos desta bela cidade à beira Ria, naturais ou adoptivos, têm o pleno direito de sentir orgulho da sua cidade, e de serem parte integrante desta grande festa e de usufruir ao máximo dela. Não se pode de forma alguma olvidar que o povo também é a cultura e alma da cidade!
Aqui fica o apelo aos responsáveis e organizadores desta iniciativa para que "não se virem" exclusivamente para quem "vem de fora" e pensem também nos que "cá estão". Saibam acolher e integrar bem quem nos visita mostrando tudo o que de bom temos para dar, sem deixar para segundo plano os que fazem parte desta cidade. Aliás, para que o êxito desta iniciativa se atinja em pleno, só através da participação e envolvimento total dos farenses. Porque, como já referi, o povo também faz parte da cultura!
Falando ainda do próprio evento, no dia 1 de Julho acontecerá a inauguração do Teatro Municipal de Faro, que será engrandecida com a presença da Orquestra Sinfónica de Londres.
A equipa do Santa Maria ibn Harun deseja muita força e êxito para esta iniciativa e... VIVA FARO! CAPITAL NACIONAL DA CULTURA 2005!